Barbieri, o elemento surpresa.

Foto: Divulgação/CR Flamengo

Em uma conversa com um amigo, logo após a contratação do Barbieri, ele disse : “O Barbieri tem que acertar a defesa, porque no Brasileiro vai jogar recuado e no contra-ataque.”. Discordei do amigo, falando que o estilo do treinador é de trabalho e posse de bola, visto a passagem pelo Flamengo. Em tempos onde temos campeões brasileiros usando a tática milenar da ligação direta, ver treinadores como Barbieri é de fato um alento.

De cara, podemos ver bem definido às ideias onde o time tem maior qualidade. Pelo lado direito, quando Marlone, Kevin e Michael se aproximam, as jogadas são construídas, gerando perigo ao adversário. A compactação das linhas e o trabalho com bola, fizeram até o contestado Léo Sena evoluir, esse que parece ter caído na real. Pudemos ver essa construção evidenciada no primeiro gol contra o Vila. Mesmo Marlone não participando com a bola, se movimentou abrindo espaço para Michael fazer a jogada de um dos gols mais bonitos e importantes que a serrinha já viu.

Se por um lado, temos um começo animador, pelo lado esquerdo mostramos um pouco de dificuldade. As infinitas tentativas fracassadas de passes longos do Vaz precisam ter fim. Talvez isso se dê pela falta de confiança no Jefferson, que com a bola se mostra bastante inseguro. Renatinho e Marcinho, que tem revezado na ponta esquerda, se movimentam muito bem, mas talvez falte a aproximação com lateral e o próprio Marlone, que por diversas vezes some do jogo. Outro fator importante nesta filosofia é a participação com a bola nos pés do goleiro, que ajuda a agrupar e abrir espaço na saída de bola. Sidão nos assustou contra o Vila, quando colocou a bola na cabeça do adversário.

Vejo a imprensa nacional apaixonada pelo início de trabalho do Sampaoli, e me sinto exatamente igual ao Barbieri. Apesar da fragilidade de todos os adversários até agora, já é notório a valorização da posse de bola e domínio do jogo. Será mais difícil no Brasileiro? Não conseguimos nem comparar! Porém com melhoria no material humano acredito em uma campanha sem sustos e justa no Brasileirão.

Técnicos como ele, Fernando Diniz, Sampaoli precisam de treinamento para imprimir sua filosofia. A diretoria precisa ter paciência e dar condições, contratando algumas peças incontestáveis, para o trabalho do Barbieri fluir. Tiago Nunes, no Atlético PR e Renato Gaúcho, no grêmio, colheram bons frutos dos trabalhos de Diniz e Roger. O diferencial desses dois casos de sucesso também era a qualidade dos jogadores. A receita está nas mãos, o caminho já começou a ser pavimentado. Cabe a nós e a direção do Goiás acreditar!