Carta aos jogadores

Jogadores profissionais do Goiás Esporte Clube, imagino que estejam transtornados com os fatos que ocorreram no último fim de semana, por conta da depredação e agressão física ao companheiro de clube. Pois bem, como todos sabem, agressão física é crime e é uma atitude injustificável independente das partes. O futebol está diretamente ligado a paixão, e pessoas apaixonadas cometem erros e exageros por aquilo que defendem. Os fatos ocorridos não podem ser justificados, mas talvez possam ser analisados.

Gostaria de analisar em especial o agredido Bruno Aguiar. Um jogador que teve o primeiro contato no início do ano com o Goiás que segundo fontes não confirmadas houve um acerto verbal entre jogador e diretoria, chegou apenas no meio do ano em definitivo, com salários dentro do orçamento estipulado pelo clube, com seus vencimentos em dia. Bem, em que ele foi merecedor disso? Ele simplesmente jogou parte de UM jogo, e ainda negocia sua transferência para a Chapecoense, sem dar ao menos um retorno justificado ao torcedor. TORCEDOR esse, antes que vocês se esqueçam, é o responsável por vocês terem a honra de defender uma camisa de um clube GRANDE. Então meus caros amigos, o senhor Bruno Aguiar nesse momento agride nossa paixão, ele agride aquele sentimento puro e verdadeiro daqueles por qual vocês usam essa camisa (ou deveria usar).

E é nesse instante que gostaria de analisar todos vocês jogadores, vocês estão agredindo nossa camisa, nossa história, nossa paixão. Vocês agridem entregando jogos para escolher treinador, vocês agridem quando entrar em campo com um preparo físico aquém do esperado, vocês nos agridem quando sentam na mesa de um bar ou em uma boate para se divertir enquanto não conseguem cumprir aquela missão na qual lhe foi designada.
O que torna a situação mais preocupante e desesperadora para nós, o Goiás Esporte Clube, é saber que esse é o álibi perfeito para que jogadores descompromissados se acovardem novamente e saiam pelas portas do fundo de um local que sequer deveriam ter entrada. Um elenco que tem seus salários em dia (que mesmo com melhoras em nível nacional, continua sendo raro), que tem a tal estrutura invejável que todos enchem a boca para falar e que ainda é acolhido por um clube que em meio a tamanha falta de profissionalismo dos senhores passa a mão na cabeça, blindando os senhores.
De maneira alguma estamos querendo aqui fazer apologia à violência e refutamos veementemente as agressões ao jogador Bruno Aguiar (se é que podemos chama-lo assim, pois ainda não o vimos jogar), porém infelizmente temos que admitir que a motivação é demasiadamente palpável. Essa ação da torcida nada mais é que um grito desesperado de amantes que vê o seu amor se diminuir, degenerar, estar fadado ao completo fracasso.
Não deixamos também de atribuir a responsabilidade maior que é devida a nossa “jestão”, que continua mantendo pessoas totalmente desqualificadas nos cargos determinantes para o sucesso de qualquer clube, inclusive trazendo de volta uma comissão técnica que já se mostrou vergonhosamente incapaz. Esses jogadores, demonstram exatamente o que significam as pessoas que estão à frente do Goiás, que em meio a tantos bons exemplos de profissionalização dos clubes, preferem se manter em algum século passado, adotando o “coronelismo”. A volta do Goiás Esporte Clube ao futebol brasileiro, pois neste momento não existimos além da piada, depende indispensavelmente da profissionalização da gestão do futebol.
AINDA HÁ TEMPO GOIAS!

Créditos do texto para Marcos Portilho e Lucas Batista.